"Montanha" de Salaviza confirmado em Veneza
Agora é oficial: João Salaviza em Veneza. Há duas semanas, o DN já tinha antecipado a presença de Montanha, a sua primeira longa-metragem na Semana da Crítica, mas foi apenas ontem oficialmente anunciado na programação desta secção paralela da Mostra de Cinema de Veneza.
O cinema português, depois de Cannes, onde Miguel Gomes e As Mil e uma Noites fizeram furor, volta a estar num grande festival, mesmo não sendo na seleção oficial.
A primeira obra do jovem cineasta que venceu em Cannes a Palma de Ouro das curtas-metragens com Arena (2009) e o Urso de Ouro das curtas de Berlim com Rafa (2012), é uma continuação do seu olhar meticuloso sobre Lisboa e os seus habitantes, neste caso um prolongamento dos processos ensaiados em Rafa, onde já seguia os passos de um adolescente.
Desta vez, o olhar é centrado num outro adolescente confrontado em assumir responsabilidades de adulto enquanto a mãe se afasta para estar perto do avô à beira da morte. Mesmo tendo em conta que nos últimos anos os filmes exibidos na Semana da Crítica nem sempre têm o destaque daqueles que têm os holofotes da competição oficial e da secção Horizzonti, Montanha finalmente tem a sua estreia mundial mesmo estando já concluído desde o começo do ano.
De referir que a Semana da Crítica já foi madrinha de um dos nomes maiores do cinema português, Pedro Costa que se estreou aqui com O Sangue (1989). Aliás, esta é uma secção que ao longo dos anos tem sabido revelar nomes fundamentais do cinema contemporâneo.
Um deles é o escocês Peter Mullan, que se estreou como realizador com Orphans (1998) e causou estremecimento em Veneza. Num recente inquérito, os crítico italianos elegeram-no como a melhor primeira obra dos últimos trinta anos. Por isso mesmo, este "novo clássico" será exibido na sessão inaugural.